Preso por promover ataques a trens queria cobrar mensalidade para interromper crimes no litoral de SP; entenda

Polícia prende suspeito de liderar quadrilha que atacava trens de carga no litoral de SP Kleber Natali, de 40 anos, suspeito de promover ataques a trens na Bai...

Polícia prende suspeito de liderar quadrilha que atacava trens de carga no litoral de SP Kleber Natali, de 40 anos, suspeito de promover ataques a trens na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, foi preso durante um encontro para negociar a interrupção dos crimes. Segundo a Polícia Civil, ele prometeu que os ataques não aconteceriam, caso a empresa ferroviária pagasse um valor mensal para ele. Os ataques à linha férrea na região do Porto de Santos, administrada pela concessionária Rumo, são investigados pela Polícia Civil. Segundo a corporação, durante o ano, criminosos danificavam trens para furtar cargas. Em outubro, a quadrilha começou a incendiar vagões, sendo alguns em movimento (leia mais abaixo). ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. Durante as investigações, a corporação descobriu que, desde julho, Kleber estava entrando em contato com funcionários da concessionária que administra o transporte ferroviário, por meio de mensagens, oferecendo acabar com os ataques, mediante a um pagamento mensal. De acordo com o boletim de ocorrência, obtido pelo g1, ele dizia que tinha "respeito" na região ferroviária e que conhecia o crime organizado na Baixada Santista, inclusive membros da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Por isso, poderia evitar novos ataques por meio dos seus serviços de segurança. Kleber Natali foi preso em shopping de Santos suspeito de promover ataques a trens Polícia Civil e Arquivo Pessoal/Jhonathan da Silva Segundo a polícia, ele chegou a dar garantia de que nenhum crime aconteceria em uma semana para demonstrar o controle que exercia sobre a atividade criminosa e marcou um encontro com representantes da empresa ferroviária para oferecer o serviço. No encontro, o homem contou que se já tinha trabalhado em situações parecidas e pediu apoio logístico da empresa, com veículo, criação de ONG e distribuição de cestas básicas para que ele pudesse "negociar" com os ladrões que conhecia, além de um valor mensal. Durante a conversa, porém, ficou claro que o homem não tinha empresa ou estrutura para prestar serviços de segurança e queria apenas dinheiro da concessionária. Kleber foi preso em flagrante nesta quinta-feira (4), em um shopping de Santos. Ele foi flagrado por equipes da 5ª Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (Disccpat) e levado para a delegacia, onde permaneceu preso e à disposição da Justiça. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), o caso foi registrado como extorsão, associação criminosa e perigo de desastre ferroviário. Em nota, a Rumo, concessionária que administra a ferrovia, informou que está colaborando com as autoridades nas investigações relacionadas às ocorrências registradas na Baixada Santista. "A companhia reforça que preza pela segurança de seus profissionais e das comunidades vizinhas à ferrovia". Ainda segundo a empresa, a população pode continuar contribuindo com informações por meio dos canais oficiais do Estado (190 e 181), com possibilidade de denúncia anônima. Incêndios No fim de novembro, um trem carregado com 900 toneladas de celulose foi incendiado na linha férrea que liga as cidades da Baixada Santista ao Porto de Santos. Semanas antes, um vagão carregado com a mesma carga também pegou fogo na altura do bairro Vale Novo, em São Vicente, no litoral de São Paulo. Em outubro, a linha férrea foi alvo de cinco ataques em três dias. Na época, a Rumo informou que as ocorrências criminosas registradas na Baixada Santista evidenciavam “o cenário crítico de insegurança pública no trecho entre São Vicente e Cubatão”. Trem carregado com celulose é incendiado em Cubatão, SP VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos